29 de setembro de 2007

Que viva Eisenstein! - [3]

A saga tem seu fim aqui, acredito eu. Vi a "bilogia" Ivan, o Terrível.

As conclusões foram boas, junto de Alexander Nevski são os melhores do Eisenstein. O um ainda é melhor que o dois. Basta ver na foto acima o pequeno trabalho de figuração em um dos planos mais legais que eu já vi.

A história é sobre o Czar Ivan Vasilievski, mas de terrível eu pelo menos não vi muito. Ele não mata ninguém com as próprias mãos que eu lembre. Só os capachos dele. Na parte um depois que envenenam a mulher dele ele foge pra sei lá onde, e aí depois de muito tempo tem uma "vigília" em homenagem a ele, que é o que está na foto. O destaque do um então fica por esse plano mesmo, mas tem uma história bem consistente.

A história do dois não ficou muito clara pra mim, o filme é bem cansativo de se ver. O destaque fica pra uma experimentação com cores que ele fez, partes do filme (apenas uns 10 minutos bem pro fim) estão em vermelho, a imagem fica avermelhada e parece que o filme tem cores. Pra época bem interessante. Mas nenhum plano megalomaníaco como no anterior.

Eisenstein era mesmo um cara a frente do seu tempo. Queria eu ver a terceira parte dessa trilogia, que seria feita em cores. É muito estranho ver uma história inacabada, me incomoda isso. Recomendo verem os dois filmes. Mas se tiverem de optar escolham a parte um.

22 de setembro de 2007

Que viva Eisenstein! - [2]

Acabo de ver Ivã, o Terrível - Parte 1 e acho que terei de reservar um post somente para esse filme. Então vou postar rapidamente o que achei de Que Viva México!

Bom, o filme fala sobre o México. Aborda aquele país de várias formas e bem. O filme foi feito em 1930-32 mas só foi finalizado em 1979 pelo fiel escudeiro do Eisenstein, o Alexandrov. É a versão que deve chegar mais perto da que o Eisenstein faria. Tem planos belíssimos e uma trilha bem divertida. Mas falta uma história homogênea. Logo de início me lembrei de um outro filme, Soy Cuba, e realmente, consultando mais tarde fiquei a saber que o filme teve forte inspiração no do Eisenstein, talvez pelo fato do diretor do Soy Cuba ser um russo também, a influência seria inevitável.

Vale ver como curiosidade, embora eu ainda ache o Outubro melhor que o Que Viva México!

A única sequência fodástica mesmo é mais pro final, que inclusive o professor Glênio havia mostrado em aula, que um cara é enterrado vivo até os ombros e aí vários cavalos pisoteiam ele. O realismo implantado nessa cena nos choca mesmo sendo de 1930 quando os caras faziam esse tipo de cena muito toscamente. Aliás essa sequência deve ser muito tosca, mas o Eisenstein na montagem resolveu tudo dando um ritmo sensacional.

É um filme que influenciou muita gente, inclusive o grande Sergio Leone. A parte final do Que Viva México! lembra muitos planos da trilogia dos dólares do Leone.

Falta história! Falta história! Falta história! Erro imperdoável do grande mestre, que só é compensado mesmo pela beleza estética dos planos e do filme em si, até porque o filme tem toda uma saga por trás de seu desenvolvimento. Mas disso eu não vou falar.

Bom, espero ver a parte 2 do Ivã, o Terrível para poder postar aqui as minhas conclusoes a respeito do grande mestre.

20 de setembro de 2007

Que viva Eisenstein!

Como todos não sabem, estou tomando contato de todos os filmes do grande Sergei Eisenstein. O cineasta letão que na verdade é soviético mas que nada disso importa.

Comecei essa jornada há algumas semanas assim que terminei de ler o livro dele "A forma do filme".
Comecei, cronologicamente, assistindo "A Greve" (1924), chatinho, mas tem uma ou duas seqüências interessantes.

Em seguida assisti a tão falada obra-prima "O Encouraçado Potemkim" (1925), uma porcaria, só a famosa seqüência das escadarias presta, e talvez uma ou outra lá no início do filme.

Seguindo, olhei "Outubro" (1927), filme esse que foi feito encomendado pelo Lênin & cia em comemoração ao 10º aniversário da Revolução Russa. Aqui finalmente encontrei um filme que presta, seqüências bem feitas, inspiradoras e de grandiosidade que merecem no mínimo meu respeito. Talvez tenha sido o auge do cinema mudo.

Que pena, justo na hora do seu fim. Hehe.


Após esse fiz um pulo radical para "Alexander Nevsky" (1938). Engraçadíssimo, como já havia sido informado pelo meu colega Bruno. E tenho absoluta certeza que serviu de inspiração para mestres do humor como Monty Python. Mas ao mesmo tempo que é engraçado pela sua tosquice, é completamente fascinante por conseguir retratar precisamente, acredito eu, uma história que se passa lá na Mongólia nos anos de 1200 e sei lá o que. Figurinos ótimos, atores que se encaixam perfeitamente pro papel, bela fotografia e uma montagem mais simples de entender.

Ontem assisti a dois curtas dele. O primeiro, "Misery and Fortune of Woman" (1929), título em inglês, não tem muito o que falar desse, é legalzinho, é meio poético mostrando janelas abertas e depois fechadas e traça duas histórias paralelas de duas mulheres, uma rica, outra pobre. Bem básico.

Porém, o segundo que eu assisti foi "Romance Sentimental" (1930), totalmente surreal (e geralmente isso não me agrada) mas com uma poética interessantíssima. Planos belíssimos de natureza. E aí corta pra uma sala, com relógios simbolizando o tempo passando e uma mulher parada. Ela fica parada por horas e aí se senta no piano e começa a tocar. Uma música absolutamente ótima, que eu infelizmente não achei nada parecido até agora, mas que me fascinou muito. Seguem-se os planos e a música vai nos conduzindo por todo o curta. Acabei indo ler algo sobre esse curta na internet e ao que tudo indica foi feito exclusivamente por dinheiro. Um comunista fazendo um filme por dinheiro. Acho que posso encerrar por aqui.

Pretendo ver agora "Que viva México" (1930-1979), e na seqüência a trilogia inacabada "Ivã, o Terrível" (1942-1945), talvez mais além eu volte no tempo pra olhar "A Linha Geral" (1928).

15 de setembro de 2007

Documentário é várzea

Olhei ontem na TVE o documentário "Argentina y sú Fábrica de Fútbol" dirigido por Sérgio Iglesias. Tem só 52 minutos e é realmente muito bom. Acho que as informações que catei na internet falarão melhor que eu sobre esse filme.

Quanto custa fabricar uma estrela de futebol? Buscando essa resposta, o documentário argentino aborda o mundo das crianças que iniciam a dura caminhada rumo a um time profissional de futebol: a partida final da primeira divisão do campeonato argentino; o processo seletivo de crianças no Boca Júniors e Estudiantes de la Plata; um caça-talentos seduzindo um pai a deixar seu filho de 11 anos viver a 600 km de sua casa, numa pensão com outros garotos; etc.

"Argentina e sua Fábrica de Futebol" evoca o fora de campo e revela que a ação de observar é chave numa Argentina pouco industrial, mas grande exportadora de estrelas do futebol para o mercado mundial.

Ladrão que rouba ladrão...


"...em outubro de 1993, passou quatro dias em poder de seqüestradores, num cativeiro improvisado em São Gonçalo, interior do Estado do Rio. Cacciola conseguiu fugir dos seus algozes. Desde então, passa a circular pelo Rio apenas de helicóptero..."

Foi preso hoje Salvatore Cacciola. Procurado número 1 da Polícia no Brasil e que estava foragido na Europa há 7 anos.

Um dos ladrões contemporâneos mais cretinos que nosso país já teve. Ou seja, Renan Calheiros será esquecido pela mídia por mais algum tempo.

Conflito de angústia passiva

A sobriedade é uma sombra.
Que assombra.
Que distrai.
Que te trai.

Não importa quem. Não importa quando.
Não estou mais amando.
De quê? Aonde?
Meu sentimendo se esconde.
Pensar demais é errado?
Então sou inadequado.

Uma imagem pode até valer mais que mil palavras.
Não.

Saudade!

13 de setembro de 2007

11 de setembro de 2007

8 de setembro de 2007

Per Què No ?

Inspiração para muitos. Manuela Trasobres é uma legítima Catalã. Nascida em Figueres dedicou a maior parte da vida a arte e a pintura. Em 2007 se elegeu vereadora do município de Geldo, tornando-se a primeira política transexual na Espanha.

7 de setembro de 2007

Pavarotchê!

Dilegua, o notte!
tramontate, stelle!
tramontate, stelle!
all'alba vincerò!
vincerò, vincerò!
vincerò!




*Módena, 12 de Outubro de 1935
+Módena, 6 de Setembro de 2007

2 de setembro de 2007

Quanto vale um pedaço de papel ?

"...que vem, que vai, que volta,
que revolta.
Que dispersa, que te arremessa
e que retorna

sem destino, sem origem;
vertigem.

o mais belo sorriso, a maior desgraça
o pouco que é muito, o muito que é nada

é material que abstrai
que vem, que vai..."

1 de setembro de 2007