24 de março de 2010

O link entre Weronika e Véronique


Ziguezagueando entre colunas de uma construção em Varsóvia, Weronika vai caminhando rapidamente em direção a seu hipertexto, embora ainda não saiba.

Todas as demais pessoas caminham na direção oposta, um homem esbarra em Weronika que tem sua maleta com diversos papéis derrubados. Ao chegar no centro da praça, ela enfim percebe que era alguma manifestação controlada pela policia, por isso as pessoas fugiam. Em contrapartida há um ônibus de turistas que, assustada, observa.

Os turistas entram rapidamente no ônibus e então vemos Véronique, idêntica a Weronika, batendo fotos da confusão. A partir desse momento da narrativa a personagem percebe e entende tudo o que sentia até então.

Véronique só vai tomar conhecimento da existência da outra próximo ao final do filme, quando observar os negativos das fotografias dessa viagem.

A estranha conexão entre essas duas mulheres só é entendida por elas mesmas a partir desse momento, vivenciado por uma e fotografado por outra.

Mais que um link entre cenas esse é o ponto de partida para uma das muitas possibilidades de interpretação do filme “A Dupla Vida de Véronique”.


Enfim, foi um texto feito pra cadeira de Webart na minha Especialização em Cinema Expandido e foi feito em 15 minutos e é óbvio que está muito mal escrito.

O que sucede a partir daí é um dos melhores filmes da história.

21 de março de 2010

Cinemática.


Enfim caros leitores, sei que vocês não passam mais por aqui e, na verdade, fico agradecido por isso, afinal esse Blog não foi feito para ser lido. Em todo caso, como alguns de vocês insistem nessa tarefa repugnante de acessar pelo menos durante 20 vezes ao dia esse site, eu continuo postando eventualmente algo. Certas épocas as postagens ocorrem com mais freqüência, outras nem tanto. Sinto que infelizmente a primeira fase está voltando.

O texto a seguir é uma atividade para a cadeira de Linguagem II que consistia em parodiar a famosa (not) poesia entitulada "Poética", de Manuel Bandeira. Criei então uma paródia de viés crítico ao Cinema Novo brasileiro e a todos que acham que esse movimento (ou escola, já nem me lembro as regras de nomenclatura) cinematográfico é mais importante do que Zé do Caixão ou mesmo do que Mário Peixoto e seu "Limite".

CINEMÁTICA, por Élvio Philippe

Estou farto dos filmes brasileiros
Da cinematografia empobrecida
Da temática nordestina oh xente mãinha baião de dois vatapá acarajé e o boi-bumbá com tapioca.

Estou farto da pobreza que busca em si mesma a riqueza visual.

Abaixo os cinemanovistas.
Todas as câmeras-na-mão tremidas sobretudo as do Gláuber.
Todas as construções narrativas sobretudo as não-lineares.
Todos os pontos de vista sobretudo os contrários ao governo.

Estou farto do cinema engajado.
Político
Entediante
Intelectual
De todo o cinema que busca um referencial que seja fora de si mesmo.

De resto não é filme
Será luz câmera ação película do diretor de fotografia e os cortes do montador a 24 quadros por segundo, etc

Quero antes o cinema comercial
O cinema de entretenimento
O cinema fácil que visa apenas o lucro
O cinema do Avatar de James Cameron

- Não quero saber de cinema sem dinheiro.