Como todos não sabem, estou tomando contato de todos os filmes do grande Sergei Eisenstein. O cineasta letão que na verdade é soviético mas que nada disso importa.
Comecei essa jornada há algumas semanas assim que terminei de ler o livro dele "A forma do filme".
Comecei, cronologicamente, assistindo "A Greve" (1924), chatinho, mas tem uma ou duas seqüências interessantes.
Em seguida assisti a tão falada obra-prima "O Encouraçado Potemkim" (1925), uma porcaria, só a famosa seqüência das escadarias presta, e talvez uma ou outra lá no início do filme.
Seguindo, olhei "Outubro" (1927), filme esse que foi feito encomendado pelo Lênin & cia em comemoração ao 10º aniversário da Revolução Russa. Aqui finalmente encontrei um filme que presta, seqüências bem feitas, inspiradoras e de grandiosidade que merecem no mínimo meu respeito. Talvez tenha sido o auge do cinema mudo.
Que pena, justo na hora do seu fim. Hehe.
Após esse fiz um pulo radical para "Alexander Nevsky" (1938). Engraçadíssimo, como já havia sido informado pelo meu colega Bruno. E tenho absoluta certeza que serviu de inspiração para mestres do humor como Monty Python. Mas ao mesmo tempo que é engraçado pela sua tosquice, é completamente fascinante por conseguir retratar precisamente, acredito eu, uma história que se passa lá na Mongólia nos anos de 1200 e sei lá o que. Figurinos ótimos, atores que se encaixam perfeitamente pro papel, bela fotografia e uma montagem mais simples de entender.
Ontem assisti a dois curtas dele. O primeiro, "Misery and Fortune of Woman" (1929), título em inglês, não tem muito o que falar desse, é legalzinho, é meio poético mostrando janelas abertas e depois fechadas e traça duas histórias paralelas de duas mulheres, uma rica, outra pobre. Bem básico.
Porém, o segundo que eu assisti foi "Romance Sentimental" (1930), totalmente surreal (e geralmente isso não me agrada) mas com uma poética interessantíssima. Planos belíssimos de natureza. E aí corta pra uma sala, com relógios simbolizando o tempo passando e uma mulher parada. Ela fica parada por horas e aí se senta no piano e começa a tocar. Uma música absolutamente ótima, que eu infelizmente não achei nada parecido até agora, mas que me fascinou muito. Seguem-se os planos e a música vai nos conduzindo por todo o curta. Acabei indo ler algo sobre esse curta na internet e ao que tudo indica foi feito exclusivamente por dinheiro. Um comunista fazendo um filme por dinheiro. Acho que posso encerrar por aqui.
Pretendo ver agora "Que viva México" (1930-1979), e na seqüência a trilogia inacabada "Ivã, o Terrível" (1942-1945), talvez mais além eu volte no tempo pra olhar "A Linha Geral" (1928).