21 de março de 2010

Cinemática.


Enfim caros leitores, sei que vocês não passam mais por aqui e, na verdade, fico agradecido por isso, afinal esse Blog não foi feito para ser lido. Em todo caso, como alguns de vocês insistem nessa tarefa repugnante de acessar pelo menos durante 20 vezes ao dia esse site, eu continuo postando eventualmente algo. Certas épocas as postagens ocorrem com mais freqüência, outras nem tanto. Sinto que infelizmente a primeira fase está voltando.

O texto a seguir é uma atividade para a cadeira de Linguagem II que consistia em parodiar a famosa (not) poesia entitulada "Poética", de Manuel Bandeira. Criei então uma paródia de viés crítico ao Cinema Novo brasileiro e a todos que acham que esse movimento (ou escola, já nem me lembro as regras de nomenclatura) cinematográfico é mais importante do que Zé do Caixão ou mesmo do que Mário Peixoto e seu "Limite".

CINEMÁTICA, por Élvio Philippe

Estou farto dos filmes brasileiros
Da cinematografia empobrecida
Da temática nordestina oh xente mãinha baião de dois vatapá acarajé e o boi-bumbá com tapioca.

Estou farto da pobreza que busca em si mesma a riqueza visual.

Abaixo os cinemanovistas.
Todas as câmeras-na-mão tremidas sobretudo as do Gláuber.
Todas as construções narrativas sobretudo as não-lineares.
Todos os pontos de vista sobretudo os contrários ao governo.

Estou farto do cinema engajado.
Político
Entediante
Intelectual
De todo o cinema que busca um referencial que seja fora de si mesmo.

De resto não é filme
Será luz câmera ação película do diretor de fotografia e os cortes do montador a 24 quadros por segundo, etc

Quero antes o cinema comercial
O cinema de entretenimento
O cinema fácil que visa apenas o lucro
O cinema do Avatar de James Cameron

- Não quero saber de cinema sem dinheiro.

2 comentários:

Guilherme disse...

Finalmente um post bom nessa merda. Gostei do poema, sobretudo na parte do glauber! hahaha

No money, no fun!

Rodrigo Waick disse...

Eu não li o / não lembro do poema original, então perdeu um pouco o efeito =P

Eu gostaria de poder criticar Glauber Rocha com tanta propriedade, mas infelizmente eu dormi no meio do filme dele.